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Archive for outubro \21\+00:00 2009

Introdução

Dando seqüência à série de artigos sobre o pensamento de Vygotsky, falaremos hoje sobre dois importantes conceitos desse autor: a Aprendizagem e a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). Além disso, desenvolveremos algumas idéias sobre o papel do professor em uma perspectiva vigotskiana.

Vigotski compreende que a escola é uma instituição chave no desenvolvimento do indivíduo, justamente porque é nela que ele dá o passo fundamental para a formação de sua consciência semiótica ao aprender com o professor o conhecimento acumulado pela experiência humana, de forma sistemática (“conceitos científicos”), superando, assim, pré-conceitos adquiridos na interação social cotidiana e pré-escolar.

Para Vygotsky, a aprendizagem é condição para o desenvolvimento. Se na escola ele supera pré-conceitos e aprende novos conceitos, então o indivíduo se desenvolve intelectualmente na medida em que expande sua capacidade de memória, de atenção, de percepção, de pensamento e de linguagem, enfim, expande sua consciência semiótica, qualificando-se mais para a interação social. Portanto, a tarefa central da escola é a aprendizagem.

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Conceito

Mas o que é a aprendizagem? E como ela ocorre? Para responder a essas perguntas Vigotski formulou o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). Segundo esse autor, é preciso considerar que todo indivíduo, numa situação de aprendizagem, já possui um certo nível de desenvolvimento, que lhe dá uma capacidade de resolver um problema de forma autônoma, sem o auxílio de outra pessoa. Significa dizer que ele tem uma Capacidade Real (CR), “já sabe alguma coisa”. Ao mesmo tempo, ele possui também alguma capacidade de resolver um problema com auxílio de outra pessoa, tem uma Capacidade Potencial (CP). Seria parecido com a seguinte situação: um bebê engatinha. Ele já tem uma capacidade real de se movimentar sozinho. Não anda, mas é óbvio que possui um potencial para tal. A mãe, sabendo disso, o auxilia, agarrando suas mãos, colocando-o de pé e estimulando-o a andar, o que acaba ocorrendo.  

A Zona de Desenvolvimento Proximal é a ‘diferença’, o ‘espaço’, a ‘distância’, entre esses dois níveis de capacidade do indivíduo. Nas palavras de Vygotsky: “Em qualquer área, a criança tem um nível evolutivo real que pode ser avaliado quando ela é individualmente testada, e um potencial imediato para o desenvolvimento naquela área. A diferença entre os dois níveis é a zona de desenvolvimento proximal.”

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A Aprendizagem

Uma vez definida a ZDP, pode-se conceituar a aprendizagem como um processo de aquisição de conhecimento que ocorre na ZDP e somente nela, pois não há aprendizado daquilo que já se sabe, que já faz parte do repertório de conhecimento do indivíduo; assim como ninguém aprende o que está muito além de seu potencial.

A aprendizagem, necessariamente, envolve a relação entre o aprendiz (o aluno) e o professor, numa interação social dialógica, que deve ter o seguinte resultado: aquilo que, em certo momento, o aluno somente consegue fazer com o auxílio do professor, num momento posterior será capaz de fazer sozinho. Em outras palavras, o aluno transforma, com a assistência do professor, sua capacidade potencial de aprender em capacidade real, passando a dispensar a ajuda do assistente, ou do suporte.

Conforme Vygotsky: “A idéia central é a seguinte: o que hoje se realiza com assistência, ou com auxílio de pessoas mais especializada no domínio em questão, no futuro se realizará com autonomia sem necessidade de dita assistência”.

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Professor: Assitente/Suporte e características

O professor, como está claro, exerce um papel chave nesse processo: ele dá assistência, auxilia, enfim, promove o desempenho assistido do aluno na Zona de Desenvolvimento Proximal. Alguns autores falam dessa assistência como suporte, que teriam as seguintes características:

1) ajustável – o suporte ou a assistência deve estar de acordo com o nível de competência do sujeito menos especializado;

2) Temporal – A assistência ocorre em um lapso temporal. Se o suporte/assistência for constante (crônica) não proporciona a autonomia do desempenho.

3) Audível e visível – para que se desenvolva um controle gradual de resolução das atividades no sujeito menos especializado, ele deve ser consciente de que é assistido ou auxiliado na execução da atividade. Deve conhecer que os avanços aos quais tem acesso são produto de uma atividade intersubjetiva, que, assim, passa a fazer sentido para ele.

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Assimetria e base dialógica

Finalmente outra característica muito importante: Reconhece-se existir na assistência e/ou suporte, uma assimetria na relação professor aluno. Isso é algo inevitável na ZDP. Mas, é próprio do ensino, também, o compartilhamento do conhecimento que acontece sempre com base no diálogo. Como diz um autor:

A participação em diálogos produz um modelo que permitirá aos novatos adotar os objetivos e os valores próprios da aprendizagem. 

 

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Houve muitas críticas ao fato de o Presidente dos EUA, Barack Obama, ter recebido o Prêmio Nobel da Paz. Pouco ele fez, dizem alguns. Além disso, mantém guerras no Iraque e no Afeganistão, questionam outros.

O próprio Obama se disse surpreso e não merecedor: “Para ser honesto, não sinto que mereço estar em companhia de tantas outras figuras transformadoras que já foram honradas com esse prêmio”.

Tudo bem. Mas, mesmo assim, penso que a premiação foi muito acertada. Obama já transformou o mundo ao restabelecer a esperança em milhares de pessoas de compartilharem um mundo melhor. E a política externa dos EUA, inovadora como já escrevemos aqui, aponta nessa direção.

Nesse sentido, Obama acertou na mosca quando disse: “mas também sei que este prêmio reflete o tipo de mundo que esses homens e mulheres, e que todos os americanos, querem construir”.´

Ora, o Comitê do Nobel foi muito claro: Obama fez “esforços extraordinários” para “fortalecer a diplomacia e a cooperação entre os povos”.  E finalizou:

“Durante 108 anos, o Comitê Nobel Norueguês buscou estimular precisamente essa política internacional e essas atitudes das quais Obama é agora o novo porta-voz mundial”.

Acompanhamos a trajetória do presidente americano desde as primárias de Iowa, em 2007, onde ele emergiu com a possibilidade real de se sair vitorioso nas eleições americanas. Por isso temos grande admiração pelo presidente americano e não nos causa surpresa o fato de ter ganhado o Prêmio Nobel da Paz. Basta ler as matérias já publicadas nesse blog para ver isso.

Parabéns ao Presidente Obama!

Leia: Governo Obama: no rumo de grande impacto na evolução do mundo; Nova política externa da Casa Branca é golpe fatal no anti-americanismo; O primeiro gênio político do século XXI.

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 “Não é benéfico para um país deixar que uma operação militar se prolongue por muito tempo”, disse Sun Tzu, em A Arte da Guerra. 

Isso não se aplica apenas às estratégias militares, por óbvio. Observo, por exemplo, que também no campo das ações diplomáticas, certas coisas quando se prolongam por muito tempo podem ser muito prejudiciais às aspirações de um país. 

Pode ser o caso da permanência de Manuel Zelaya na Embaixada brasileira em Honduras – com o aval do governo brasileiro e sem se definir seu status político: essa permanência prolongada pode trazer prejuízo ao Brasil no futuro.

É claro que os estrategistas brasileiros conhecem muito bem a Arte da Guerra, de Sun Tzu. Mas será que estão aconselhando adequadamente o presidente brasileiro?

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– Sun Tzu escreveu A Arte da Guerra no século V antes de Cristo. Seus ensinamentos foram absorvidos por Maquiavel, Mao Tse Tung, etc., e ainda hoje são atuais. Uma de suas lições diz:

 “Não é benéfico para um país deixar que uma operação militar se prolongue por muito tempo”.

Tendo em vista esse princípio, observo que a guerra contra os talibãs levada a cabo pelos EUA, no Afeganistão, está ficando cada vez mais com cara de uma ação militar que se prolongará por muito tempo. E isso não vai ser bom para os EUA e nem para o presidente Barack Obama.

Claro que seus estrategistas militares conhecem de cor e salteado o livro de Sun Tzu. Mas será que estão aconselhando adequadamente o presidente americano?

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